Felipão ainda procura melhor formação para o Palmeiras em 2012

Mais na raça que na técnica, o Palmeiras caminha de três em três pontos na tabela do Campeonato Paulista. Após cumprir a primeira meta de 11 pontos em cinco jogos, considerada “excelente” pelo técnico Luiz Felipe Scolari, o Verdão segurou vitória sofrida por 3 a 2 sobre o XV de Piracicaba e precisa de mais oito pontos em quatro rodadas para permanecer dentro do planejamento. Porém, nem as vitórias garantem o bom-humor do treinador. No treino desta quinta-feira, os jogadores não devem escapar das broncas de Felipão.

Se na última temporada fazer gols era um sofrimento para o Palmeiras, agora o time balança a rede com freqüência – ainda que dependa da inspiração de Marcos Assunção nas bolas paradas. Já são 11 marcados em seis jogos, quarta melhor marca da competição ao lado de Paulista e Bragantino. A última vez que o Verdão marcou três vezes em uma partida, inclusive, havia sido em julho do ano passado, contra o Altético-MG, no início do Brasileirão. No Paulista, o Alviverde não passou nenhuma rodada em branco.

Agora, o principal problema a ser trabalhado é outro: a instabilidade. O time palmeirense tem tido grande dificuldade para segurar resultados favoráveis e faz a torcida passar sufoco ao final das partidas.

- O que tenho que falar amanhã (quinta) para eles é sobre posse de bola, posicionamento. Minha raiva ou alegria, quando conversar com eles eu passo – garantiu Felipão.

A possibilidade de contar com pelo menos dois jogadores em cada posição, ao menos, deixa o treinador alviverde satisfeito. Contra o XV de Piracicaba, o lateral-direito Artur e o atacante Hernán Barcos fizeram suas estreias pelo Palmeiras. No lugar do lesionado Valdivia, o meia Daniel Carvalho também começou como titular e saiu cansado na segunda etapa. O técnico deu descanso a Luan, Cicinho, Leandro Amaro e Juninho e procura a melhor formação para o restante da temporada.

- Aos poucos vamos montando. Estrearam Artur e Barcos, e Daniel foi titular. A equipe vai sendo montada e vamos trabalhando. Barcos estreou só para fazer estreia mesmo, na fogueira. Estávamos sendo atacados, foi mais para ele começar a ter identificação com o tocedor. Os jogos servem para ver como rendem mais, como rendem menos. Falta qualidade no trabalho de bola, isso vamos melhorando – afirmou Felipão.

Felipão oferece opção de contrato sem multa rescisória ao Palmeiras

Felipão diz que pretende abrir mão da multa rescisória
(Foto: Marcos Ribolli/Globoesporte.com)

Na semana passada, dizendo estar de “saco cheio”, o técnico Luiz Felipe Scolari disse que abriria mão da multa rescisória prevista em seu contrato para o caso de demissão do Palmeiras. E ele deu um passo nessa direção ao afirmar que enviou ao presidente Arnaldo Tirone um documento assinado que comprova sua intenção de descartar tal multa. No entanto, Tirone já rechaçou a possibilidade de tirar o valor do acordo.

- Eu e Tirone conversamos normalmente, apenas quero deixar o Palmeiras livre. Está lá assinado. Se o Palmeiras quiser, posso sair amanhã sem ônus ao clube. Da minha parte está assinado e entregue ao presidente – assegurou o técnico.

Felipão insistiu que isso não significa uma eventual saída antecipada do clube. O comandante tem contrato até dezembro de 2012, e a diretoria já manifestou o desejo de renovar por mais tempo, até para que seja ele o comandante na inauguração da Arena Palestra, prevista para abril de 2013.

- Claro que ele (Tirone) entende que não é o momento de assinarmos isso, não quer, diz que o projeto é para muito mais tempo. Fico contente com isso, mas está lá assinado pra que o Palmeiras faça uso quando quiser – ressaltou Felipão.

A atitude acabou acalmando o técnico do Palmeiras, normalmente irritado com críticas de conselheiros e outras pessoas do cotidiano alviverde. Por isso, Felipão finalizou o assunto em tom de piada.

- Naquele dia respondi que estava de saco cheio, agora já estou de saco vazio.

Quando chegou ao clube, em julho de 2010, Luiz Felipe Scolari fechou contrato com multa rescisória estipulada em R$ 5 milhões, valor que cai conforme o tempo de vínculo cumprido – quanto maior a proximidade do fim do contrato, menor a multa.