VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO
DE SÃO PAULO
Dona Pombinha, quem diria, foi parar no Twitter. Toda madrugada, a partir da 0h15, a beata primeira-dama de Asa Branca se põe a vociferar no microblog contra a "indecência" que ameaça tomar conta da cidade com a inauguração da boate Sexus.
Assim como ela, têm perfil no microblog a virgem Dona Mocinha, a fogosa Viúva Porcina, a dona da boate, Matilde, e Sinhozinho Malta. Todos interagem e divertem os espectadores da madrugada.
A "invasão" dos personagens de "Roque Santeiro" nas redes sociais é um dos fatores que ajudam a explicar como as reprises de novelas dos anos 1980 caíram nas graças do público e alçaram o Canal Viva à condição de cult.
A "tuitização" das tramas começou com "Vale Tudo", que deu lugar à trama de Dias Gomes e Aguinaldo Silva.
Não deixa de ser curioso que um produto de 26 anos use um veículo tão jovem para se reciclar e atingir um público que, em parte, nem era nascido quando a trama foi ao ar pela primeira vez.
Dado o inusitado encontro entre a provinciana Asa Branca e a modernidade da internet, aFolha imaginou como seria a trama se ambientada hoje. "Ninguém imaginava que as pessoas fossem se juntar no Twitter para comentar reprises", diz Nilson Xavier, autor do "Almanaque da Telenovela Brasileira''.
Para ele, o fenômeno é indicativo da atemporalidade de tramas como "Vale Tudo" e "Roque Santeiro", que conservam o frescor após duas décadas. "Os poderosos e suas maracutaias continuam os mesmos", diz Xavier.
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