segunda-feira, 25 de julho de 2011

Jayme Matarazzo: “Príncipe encantado só na ficção”

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As estrelas são todas iluminadas… Não será para que cada um possa um dia encontrar a sua?”. Jayme Matarazzo responderia ao pensamento de Antoine de Saint-Exupéry, escritor do clássico “O Pequeno Príncipe”, assim:

— Desde criança, sempre tive certeza do que eu queria: fazer arte. Se com fotografia, música, televisão ou cinema, não importa. Esse é o meu caminho.

E se “cada um se torna eternamente responsável por aquilo que cativa”, segundo o mesmo autor, o comprometimento desse carioca de 25 anos e apenas 1,71m parece bem grande! Ele prova que conquistou de vez o público ao arrebatar seu terceiro trabalho na TV como coprotagonista. Desta vez, vejam só!, na pele de um… príncipe! O Felipe, de “Cordel encantado”.

— Minha mãe (a produtora Fernanda Lauer) já me chamava de príncipe antes… Agora, há várias meninas se candidatando ao posto de princesa. Também ouço muito: “Evoluiu de fantasma a realeza, hein?” — conta, aos risos, o ator que, antes, interpretou Daniel (rapaz que morria prematuramente em “Escrito nas estrelas”, de 2010, e aparecia como espírito no restante da trama) e o pai, Jayme Monjardim, em “Maysa — Quando fala o coração”, de 2009 (uma espécie de baú de recordações da vida e da obra de sua avó paterna, uma das cantoras mais famosas do país).

Na minissérie, aliás, Jayminho teve a chance de se experimentar como assistente de direção, ao lado de Monjardim.

— Hoje, me sinto um ator de verdade. Sou curioso e dedicado. Por nunca ter feito curso de interpretação, por não ter técnica aguçada, me entrego pra valer. Tenho a sorte de ter uma escola em casa, na figura do meu pai. O conselho que ele sempre me dá é “Faça com verdade, alma e entrega!”. E eu sigo à risca.

A convite da Canal Extra, o jovem incorporou para uma sessão de fotos o Pequeno Príncipe, motivo de inspiração para “crianças” de todas as idades, no mundo inteiro, com suas filosofias poéticas de vida. Em certo momento, o ator chegou a verter lágrimas, ao fixar o olhar numa rosa vermelha, a melhor amiga do solitário personagem:

— Minha rosa, meu tesouro maior, é minha família. Pode parecer piegas, mas o que realmente me interessa é a beleza interior. Sou um cara bonito nesse sentido. Não me interessa o posto de galã.

Como diria Saint-Exupéry, “o essencial é invisível aos olhos”…

VEIA ARTÍSTICA

“É claro que existe uma influência familiar, mas eu não tinha a obrigação de me apaixonar pelo mundo artístico só porque minha avó era cantora e meu pai, diretor. Foi uma coincidência boa. E tenho um megatesão em vários tipos de arte. Amo fotografar, fui vocalista de uma banda (Seu Bené e Os Poetas da Malandragem) dos 16 aos 19 anos, sonho dirigir um filme num futuro próximo, mas agora estou muito focado na atuação, em cada vez mais melhorar nessa área”.

SOBRENOME DE PESO

“Eu nunca tive a pretensão de chegar até aqui, aconteceu. E, já que aconteceu, vou fazer com o maior tesão do mundo, com força de vontade, amando o ofício, aprendendo a cada dia como pessoa e profissional. Estão me dando a oportunidade de desenvolver um dom que eu desconhecia. Meu sobrenome não teve nada a ver com isso, não me ajudou nem me atrapalhou. O que me ajuda é ter um pai incrível, uma mãe incrível, avós maravilhosos… Por acaso, meu pai é uma escola pra mim dentro de casa, o profissional que eu gostaria de ser. E eu nunca quis nada fácil, sempre batalhei. Queria que as pessoas conhecessem primeiro a minha história, antes de me julgarem…”.

NASCIDO EM BERÇO DE OURO

“Sempre vivi uma realidade muito diferente da dessa família rica, de alta sociedade (os Matarazzo são uma das famílias mais tradicionais de São Paulo). Morei com a minha mãe a vida inteira, num esquema classe média, sem luxo nem esbanjamento. Ela sempre deixou muito claro pra mim quais valores realmente importam nessa vida. Por isso, até, não tenho uma relação muito boa com dinheiro, não tenho gana. Minha riqueza são minha família, meus amigos, minha educação, minha paz de espírito… Nisso tudo, tenho certeza de que fui rico a vida inteira. Mas nunca tive nada fácil. Nem mesada aceitava ganhar! Sempre curti ralar para ganhar o meu. Meu pai, também, é muito mais rico de simplicidade que de dinheiro”.

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DESTINO

“Acredito em destino, sim, mas não como algo que já está definitivamente escrito. A gente colhe o que planta, faz por merecer ou não. Acho que fiz muita coisa boa para as pessoas à minha volta, joguei muita energia positiva para o universo e recebi de volta. Me sinto merecedor por estar feliz profissionalmente falando. Me dediquei, fui corajoso. Se 24 horas não eram suficientes, eu estava entregue durante 30 horas seguidas, sem reclamar”.

O PRÍNCIPE DA BONDADE

“Para construir o Felipe, assisti a muitos filmes de época, muitas fábulas, muitos desenhos animados. Aprendi a dançar valsa, tive aulas de postura, etiqueta e montaria. Ele é de uma nobreza de caráter! Um menino bom, que carrega um fardo grande, de unir dois reinos. Ao mesmo tempo, está atrás de um amor de verdade. Então, seu maior sonho é conseguir juntar as duas coisas: ser fiel a seu povo e encontrar uma princesa por quem sinta um amor puro. Não é um personagem tão forte nem pesado quanto era o Daniel, tenho me sentido mais leve, livre…”.

A PRINCESA DOS SONHOS

“Busco alguém que me some, me traga coisas novas, saiba dar e receber e, principalmente, seja humilde. Humildade é a qualidade que mais cobro numa pessoa, seja amigo ou namorada. A vida é um aprendizado, e a gente tem que querer evoluir sempre. Tenho essa visão romântica, não suporto vaidade, gente que se acha melhor que os outros. Mentira também me tira do sério”.

FICÇÃO E REALIDADE

“O Pequeno Príncipe é um menino solitário; o Jayme, não. Tenho muitos e especiais amigos me rodeando. Minha rosa é minha família, é para ela que eu entrego meu amor maior, me dedico por inteiro. E sabe o que me cativa? Solidariedade! Adoro pessoas que não fazem só por elas, que fazem de tudo para arrancar um sorriso do outro”.

VAIDADE

“Pode parecer piegas, mas sou muito bonito por dentro. Não tenho interesse no rótulo de galã, prefiro que gostem das minhas palavras e atitudes, da minha personalidade. Minha beleza não é a que a mídia gosta de salientar, meus valores são diferentes. E não tenho vaidade estética. Falam muito dos meus cachos… Eu nem sei a marca de xampu que uso! Aliás, depois dessa novela, estou pensando em passar a máquina no cabelo… Ficaria careca para viver um dos meus maiores ídolos no cinema, se fosse preciso. Adoro o Herbert Vianna!”.

VIDA INDEPENDENTE

“Sempre morei sozinho, depois de adulto. Não tenho frescura para as tarefas domésticas, lavo louça, lavo roupa, me viro na cozinha, e estou sempre no supermercado. Não tenho vocação para celebridade!”.

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