segunda-feira, 11 de julho de 2011

Exclusivo: Jornalista do 'SBT Pará' conta tudo e mais um pouco em entrevista reveladora


Recebemos no último mês de maio alguns e-mails contando que o jornalista do SBT Pará, Nyelsen Martins, estava sofrendo pressões por meios de políticos e da imprensa simplesmente por relatar a verdade do estado. Fomos ouvir o próprio.

Nyelsen fez revelações fortes, denunciou e contou sua história de vida.

- Como e onde começou sua carreira?

- Comecei a trabalhar quando entrei na faculdade de jornalismo na Universidade Federal do Pará em 1996. Foi na Rádio Nazaré FM que pertence a Arquidiocese de Belém. Iniciei sem ganhar um tostão. Queria aprender. Mesmo sendo de família humilde, minha mãe conseguia juntar um dinheiro para pagar meu ônibus. Em seguida a diretora da rádio, Irmã Celeste me convidou para ser estagiário. Meu primeiro salário foi cento e oitenta Reais que recebia com muito suor e orgulho. Logo surgiu a oportunidade de ir para a TV em 1998. Iniciei na Rede Brasil Amazônia de Comunicação, afiliada da Band na capital paraense. Desde então não parei mais. Passei pela Rede Cultura,TV Liberal, afiliada Globo com entradas no JH, Bom Dia Brasil, Jornal da Globo,Fantástico,Globo Rural e Globo News, SBT, onde fui repórter do SBT Brasil com Ana Paula Padrão e Carlos Nascimento. Depois fui para a TV Record onde trabalhei como apresentador local e repórter de rede Nacional,Jornal da Record, Domingo Espetacular, Câmera Record, Esporte Record, Fala Brasil e Record News.Na Record fui contemplado com dois prêmios Embratel consecutivos em 2009 e 2010 ao denunciar trabalho escravo nos açaizais do Marajó e a miséria em Serra Pelada no Pará. Os troféus foram entregues em uma festa bem bonita no Rio de Janeiro com a presença da nata do jornalismo brasileiro. Agora estou de volta ao SBT como apresentador e repórter local. Periodicamente viajo pelo Estado para mostrar a realidade do povo e cobrar melhorias das autoridades de forma bem incisiva.

- Com todo esse destaque que está conseguindo no 'SBT Pará" pretende trilhar o caminho de Raquel Sherazade e um dia estar na programação nacional?

- Meu futuro pertence a Deus. Eu deixo a vida me levar fazendo o que mais gosto.

- Nyelsen você luta muito contra a corrupção no estado do Pará, e com isso bate de frente com políticos. Você sofre ou já sofreu alguma represália?

- Já sofri sim e ainda sofro. No SBT Pará denunciei esquemas de corrupção no município de Portel, na Ilha do Marajó. Tudo com base em dados do Ministério Público e da Justiça Federal onde o prefeito daquela cidade é acusado de comandar um grupo criminoso. Ele responde a mais de quatros processos por improbidade administrativa.Outro caso foi em Abaetetuba. Depois das denúncias recebemos dois telefonemas para que eu calasse a boca ou me acertariam. No município de Bonito fui mantido em cárcere privado pelo secretário de saúde dentro do posto de saúde da cidade e por aí vai. Quem luta por justiça social acaba pagando um preço, as vezes alto. Mas isso serve de combustível e cada sorriso de agradecimento dos menos favorecidos é um incentivo para continuar essa batalha. - O site RD1 já recebeu algumas informações de telespectadores contando que radialistas do estado vêm criticando fortemente o jornalismo do SBT Pará e a sua pessoa, dizendo que só mostram coisas ruins. Por que isso vem acontecendo? Você acredita que por trás dos radialistas exista alguma força maior?

- Se criticam é porque estão incomodados com a seriedade e a transparência do SBT Pará. Nós procuramos mostrar o que o povo precisa ver e nem sempre são boas notícias. O nosso compromisso é com a verdade, com o povo. O sofrimento da população é notório e precisamos amenizar isso. Nossas armas são a verdade, a ética e o bom e velho jornalismo.

- Qual foi a maior dificuldade em trocar as ruas, como repórter, pelo estúdio?

- Na verdade continuo sendo repórter, secerdócio que escolhi para minha vida. O estúdio agrega, soma, enriquece nosso eterno aprendizado. - Nyelsen voce, em menos de 1 ano, foi indiciado por um delegado do estado por denunciar pistolagem e os crimes de encomenda no território paraense. Como um delegado vai contra quem está a favor da lei? E, qual a sua opinão sobre o fato?

- Foi em Anapú, no sudoeste do Pará. Município pobre, onde a missionária Dorothy Stang foi assassinada por pistoleiros por defender a floresta e os pequenos agricultores. Lá em cada esquina você pode encontrar um matador de aluguel. Eu encontrei dois, mas consegui gravar com apenas um.A reportagem foi ao ar no SBT Brasil e teve grande repercussão. Movimentou Fenaj, Sinjor, Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal e Assembléia Legislativa do Pará. Isso cabou mexendo com o delegado daquela cidade que ao invés de investigar os crimes de pistolagem resolveu me indiciar sem provas por denuncia caluniosa. É lamentável que uma autoridade policial se sujeite a isso. - Como terminou esse caso? Você teve que se apresentar em algum órgão para prestar depoimento ou algo parecido?

- O delegado Lindoval Borges, de Anapú, veio me ouvir, sem carta precatória, aqui em Belém, ou seja de forma irregular. Prestei depoimento acompanhado de um advogado contratado pelo SBT. O Sindicato dos Jornalistas do Pará acompanhou tudo de perto. O inquérito inescrupuloso feito pelo policial estava cheio de falhas e inconsistente. O caso foi arquivado pelo Ministério Público. - O Nyelsen Martis é o jornalista que faltava no Pará? Vendo que a repercussão que você tem atualmente, nenhum outro jornalista tinha.

- Nyelsen Martins é um simples filho de Deus cansado de ver tantas injustiças.

Nenhum comentário:

Postar um comentário