Representantes de entidades de defesa dos direitos gays ouvidos pela Folha lamentaram os cortes na novela, até então elogiada.
"Fico triste, estava me sentindo muito contemplado pela novela", disse Toni Reis, presidente da ABLGT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais).
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), ex-participante do "BBB", da Globo, criticou a emissora em sua conta no Twitter. "A imposição de censura aos autores da novela e a recusa em representar a diversidade da sociedade ferem a Constituição."
Parte dos usuários rebateu Wyllys. "Ficção não está regulamentada na Constituição", escreveu um deles.
A Globo disse que "a causa é a diversidade e o respeito às diferenças, e não propriamente homossexualidade ou heterossexualidade".
"A ciência -incluindo Freud- reconhece que a sexualidade, com suas variantes éticas e morais, é baseada na singularidade. Nossas tramas registram a afetividade e o preconceito, mas não cabe exaltação", diz a nota.
"Cabe, sim, combater a intolerância, o preconceito e a discriminação contra elas, o que temos estimulado cotidianamente inclusive por meio de campanhas. Porém, a livre sensibilidade artística é a única medida possível para delinear a ousadia criativa", continua.
A Folha apurou que, por decisão da direção da Globo, as cenas entre Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo) seriam cortadas.
Elas mostravam Sueli (Louise Cardoso), mãe de Eduardo, levando café na cama para os dois, que haviam passado a noite juntos.
Procurados pela Folha, os autores, Gilberto Braga e Ricardo Linhares, disseram que não podem falar sobre assuntos internos da emissora.
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